Os fatores de natureza cultural (valores, crenças, etc.) são os que mais sustentavam as resistências à adoção de comportamentos mais seguros. Fatores como os baixos recursos educativos e o número de anos a fazer o mesmo serviço são fontes de resistência (sempre trabalhei assim e nada de grave aconteceu, porquê mudar).
O exemplo prático do sector eléctrico mostra que os resultados visivelmente significativos em segurança só são conseguidos através do investimento no desenvolvimento da cultura de segurança utilizando um programa comportamental, baseado em diálogo, fundamentado na interdependência, com foco educativo e no desenvolvimento das competências técnicas, geridas pelo SGSST.
A idade dos programas comportamentais voltados para a segurança e saúde ocupacional gira em torno de 30 ou 40 anos, aproximadamente. Com esta maturidade, já se consegue identificar claramente, com base em muitas e muitas experiências, o que se precisa de fazer para um programa comportamental se tornar um desastre. Sabemos, felizmente, o que fazer ou o que não fazer para dar certo ou dar errado, para cada tipo de contexto laboral existente. Este texto destina-se a apresentar dois tópicos que são chave para o sucesso de um programa comportamental. Sem eles, ou com eles mas sem qualidade, o programa pode se tornar apenas um sonho, com custos irrecuperáveis.
A implementação da “cultura da segurança” passa pelo processo de transferência de responsabilidades operacionais: dos profissionais da segurança para as lideranças.
A existência de uma fraca cultura de segurança ou mesmo a inexistência desta, na população, é um fator que dificulta a inversão da tendência de situações de incêndios na IUF. É necessária uma melhor sensibilização à população que conduza a uma maior perceção de risco e por isso a uma mudança comportamental, mais preventiva e protetiva.
O modelo de mudança de cultura de segurança da Betão Liz é sistematizado, particularizado e integrado. O envolvimento visível e o compromisso dos quadros dirigentes e trabalhadores em todas as fases de implementação é ponto obrigatório para a melhoria contínua sustentável. A participação, a responsabilidade, a confiança e disciplina estimulam a cultura de segurança em direção à interdependência preventiva.
As falhas do processo de comunicação entre enfermeiros portugueses e imigrantes, com o entrave da língua, influenciam negativamente as relações de confiança e cuidado mútuo, assim como a cultura de segurança e saúde. A confiabilidade do processo de comunicação, poderá ser solução, passando pela existência de várias ações políticas, organizacionais e individuais, em prol de mais segurança e saúde nos cuidados de saúde.
SUMÁRIO 7
SOCIEDADE
FAMÍLIA | 4
Prevenção de quedas nos idosos – um desafio lançado às sociedades contemporâneas
Joana Diogo
SAÚDE PÚBLICA | 8
e-Saúde: O conceito de um paciente mais informado?!
Henrique Teixeira Gil
TRABALHO
SETOR ELÉTRICO | 10
Disciplina operacional como barreira ao acidente, no setor elétrico
Natividade Gomes Augusto & José L. Lopes Alves
SETOR DE BETÃO PRONTO | 14
Modelo de mudança de cultura de segurança numa indústria portuguesa de Betão Pronto
Celestino Martins
SETOR DE SAÚDE | 18
Cuidados de saúde a imigrantes: para uma cultura de segurança e confiabilidade
Alcinda Sacramento Costa dos Reis, Mª Arminda Mendes Costa
GRANDE ENTREVISTA (acesso gratuito)
EMÍLIA TELO |22
Representante, em Portugal, da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho
A aposta futura em SST será a nível comportamental porque poderá ser a aposta mais económica.
CONSIDERAÇÕES TEÓRICO-PRÁTICAS
METODOLOGIA 6S | 30
A Segurança na Metodologia 6S
Carlos A. D. Ferreira
GESTÃO DE INCIDENTES | 34
Gestão de Incidentes Críticos
Liliana Dias, Sandra Gonçalves Monteiro
COMPORTAMENTOS EM EMERGÊNCIA | 36
O comportamento humano em situações de emergência
João Emílio Almeida, Rosaldo J. F. Rossetti, António Leça Coelho
INTERVENÇÃO EM RISCOS PSICOSSOCIAIS | 38
Intervenção organizacional e comportamental em fatores de exposição a riscos psicossociais.
Natividade Gomes Augusto
BREVES | 45