Os líderes que optam pela gestão através da pressão estarão a condenar a saúde dos trabalhadores, como mostram os estudos de caso do suicídio no trabalho da Renauld e Telecom em França, no início do século XXI. É necessário mudar esta gestão de forma a que sustente a liderança na proximidade e participação dos trabalhadores, na motivação e na definição e partilha de objetivos realistas.
Nem o baixo nível de literacia dos trabalhadores deve servir de álibi para o seu não envolvimento. Na interação com as pessoas recolhe-se informação preciosa, que permite fundamentar a eficácia e eficiência das análises de risco produzidas.
O modelo de mudança de cultura de segurança da Betão Liz é sistematizado, particularizado e integrado. O envolvimento visível e o compromisso dos quadros dirigentes e trabalhadores em todas as fases de implementação é ponto obrigatório para a melhoria contínua sustentável. A participação, a responsabilidade, a confiança e disciplina estimulam a cultura de segurança em direção à interdependência preventiva.
Num dos setores mais perigosos, como é o setor elétrico, é obrigatório existir disciplina operacional. As condições seguras são a base, mas não chegam para criarem barreiras à ocorrência de acidentes de trabalho e no limite à morte destes trabalhadores.
A aposta futura em SST será a nível comportamental porque poderá ser a aposta mais económica.
Segurança é «estratégica para o desenvolvimento da sociedade»
Aconselha a utilização de feedback como ferramenta de melhoria em segurança e saúde, tanto da gestão para com os trabalhadores, como do Estado para com as empresas e a sociedade.
Os call centres enquadram-se no setor de serviços que veio dominar as economias desenvolvidas, empregando licenciados bastante mal pagos. Para além da pobreza material estes espaços representam também falhanço social. O desrespeito pela condição humana e laboral do trabalhador pode conduzir a doenças. A solução deverá passar por criação de organizações internas dos próprios trabalhadores, com o objetivo de lutarem por aquilo que têm direito.